… Mas o melhor de tudo é crer em Cristo! Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 1580)

sábado, 6 de maio de 2017

O ferro e o fogo divino




J. Edwin Orr

O ferro e o fogo divino

"O mundo ainda está para ver", disse Dwight Lyman Moody, "o que Deus pode fazer através de um homem totalmente rendido a Ele”. Moody era crente, mas o segredo do seu poder era a sua vida rendida a Deus, dito por outras palavras, era no seu contacto diário com Deus, que ele recebia uma nova unção para cada nova obra.

Por exemplo, imagine aqui o fogo e ali um pedaço de ferro. Agora, se eu quiser aquecer o ferro, terei de colocá-lo perto do fogo. E se resolver fazê-lo passar por uma experiência extraordinária, diferente de tudo o que ele já ex anteriormente, é só lançá-lo rapidamente no fogo, e ele ficará em brasa.

Mas isso não satisfará a sua necessidade de calor para sempre. Ele não poderá dizer: "Agora, finalmente tive uma experiência incrível, sentimentos maravilhosos; estou em brasa e assim permanecerei para sempre. Daqui para frente, tudo o que entrar em contacto comigo também ficará em brasa." O ferro nem poderá sair deliberadamente do fogo, crendo ser auto-suficiente, e partir em missão, tomando como certo que toda a impureza foi eliminada e que pode agora transmitir o seu calor onde quer que vá. Ah, não! Ele logo descobrirá que esfriou novamente e que não tem capacidade alguma de gerar ou transmitir calor.

O que ele deve fazer então? Deve permanecer perto do fogo, pois somente assim poderá receber o seu calor. E somente depois disso é que poderá transmitir calor.

Assim é também consigo, meu amigo. Pode ter uma grande experiência. Pode receber do fogo divino. Pode ter visões e revelações maravilhosas. Mas a menos que esteja em contacto diário com o fogo da presença de Deus, logo estará frio e impotente. Se quiser que a unção permaneça, terá de manter diariamente comunhão e relacionamento com a Fonte da unção. A bênção só pode ser mantida através de constante contacto com a Pessoa que abençoa. Não existe um caminho fácil. Eu não conheço nenhuma experiência que dure a vida toda. É preciso pagar um preço. E o preço neste caso é o contacto diário com Deus. Poucos querem pagá-lo. A maioria busca bênçãos e manifestações. Podem até agonizar e orar. Buscam visões e revelações. Mas aquela espera diária em Deus, que nos firma e estabelece, essa eles não a querem.

Meu amigo, tem um lugar para se encontrar com Deus? Dispõe desse tempo? Ou está muito ocupado? Tem observado a Vigília da Manhã, a Hora Silenciosa? Jesus Cristo é real para si? Conhece-O de verdade? Já teve um encontro com Ele, claro que sim. Encontrou-O quando se converteu. Mas, conhece-O realmente? Já se tornou amigo dEle? Visita-O regularmente? O que é que Ele significa para si? Eu já tive encontros com muitas pessoas, mas posso dizer que conheço poucas. É preciso viver de perto com alguém para o conhecer. Demora muito tempo para alguém se tornar amigo de outra pessoa. Separa tempo para isso? Precisa de tirar tempo para andar com Deus.

Sabia que Deus tem fome de comunhão com os Seus amigos? Ah, sim! E Ele quer encontrar-se convosco todos os dias. E se vós quiserdes receber o calor do fogo divino, terão de relacionar-se com Ele constantemente, em íntima comunhão com Ele, ou, doutro modo, esfriareis. Para isso, precisareis de andar com Deus.

James Edwin Orr (15 de janeiro de 1912 - 22 de abril de 1987) foi um ministro batista, palestrante e escritor.

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